No último dia 19, o Valor Econômico publicou uma coluna do Gerente de Programa de Mudanças Climáticas e REDD+ do Instituto de Conservação e Desenvolvimento da Amazônia, Pedro Soares.
Soares “aperta” as companhias brasileiras para a falta de ação diante da necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa de suas operações. E convoca os negociadores brasileiros na Organização Internacional de Aviação Civil a considerar o Brasil como um excelente proponente de projetos de REDD+ para este setor, oportunidade que vem sendo desperdiçada desde que o Brasil reduziu em 80% o desmatamento e só aproveitou 6% desse aporte em termos econômicos, como no mercado de carbono.
Soares reforça que hoje as companhias aéreas no mundo todo respondem por 2% das emissões mundiais, o que equivale a mesma emissão das dez maiores economias mundiais. E a perspectiva é que esse setor assuma a liderança em poucos anos.
Portanto, seria um casamento perfeito. Juntar a necessidade de redução de emissões das companhias aéreas nacionais e internacionais, com um novo modelo econômico, especialmente na Amazônia, que transforme o ativo de se ter a floresta em pé como fonte de recurso, por meio de projetos de REDD+.
“Mas os ganhos não vão cair do céu. Os negociadores brasileiros precisam sentar à mesa da Icao (International Civil Aviation Organization) e sinalizar abertura ao REDD+ e apoio a que as companhias aéreas nacionais assumam precocemente seu quinhão no esforço de mitigar os efeitos do aquecimento global e contê-lo a um máximo de 2 °C até o final do século”, reforça Soares.