Por Divaldo Rezende
COP é a sigla para Conferencia das Partes que envolve mais de 198 países membros das Nações Unidas nas negociações relacionadas à mudança climática.
Este ano o Tocantins esteve com uma delegação significativa. A senadora Katia Abreu participou de diversos eventos associados a agricultura de baixo carbono; o prefeito Amastha apresentou Palmas no evento paralelo do ICLEI (governos locais para Sustentabilidade) e o Governador Marcelo Miranda participou do Dia da Amazônia, apresentando os avanços do estado na busca de uma economia de baixo carbono e como gerar beneficio usando potenciais mecanismos de mercado.
Também estiveram COP 23, secretários de Estado, o comandante dos Bombeiros, o presidente do Naturatins, bem como o secretário adjunto da SEMARH. Além deles, representantes de ONGs, como o Instituto Ecológica e ambientalistas do estado
Na última segunda feira, o chefe da equipe de negociadores brasileiros, o embaixador José Antônio Marcondes de Carvalho, apresentou a jornalistas, a visão brasileira sobre os objetivos e expectativas para a COP23. Marcondes refletiu sobre o principal esforço durante a COP: o de escrever o livro de regras de implementação das metas dos países, visando uniformizar as NDCs (compromissos assumidos pelos países para redução de emissões) para que estes compromissos sejam comparáveis. Está previsto no Acordo que o livro de regras seja concluído na COP24 no ano que vem. O embaixador também lembrou que serão discutidas as regras relativas ao mecanismo de REDD+, a redução de emissões do desmatamento e degradação florestal.
O Observatório do Clima (OC) também escreveu sobre as expectativas e a nota baixa do país na sua lição de casa, contando que “o Brasil chega à reunião com dupla personalidade: progressista do ponto de vista da negociação, com seus diplomatas dispostos a sair dela com um desenho do manual de implementação do acordo, mas tragicamente regressivo do ponto de vista da política interna, e com a maior alta em suas emissões em 13 anos”.
Além de um livro de boas maneiras à mesa, com regras claras e comuns para o acompanhamento das metas nacionais, um ponto espinhoso deve ganhar destaque sob a presidência oficial de Fiji, um dos arquipélagos que deve perder território para um mar em elevação. Trata-se do mecanismo de perdas e danos, “pelo qual nações possam receber ajuda pelos danos das mudanças climáticas aos quais seja impossível se adaptar, como superfuracões; e o financiamento à adaptação nos países pobres, por meio do fundo de adaptação”.
Esperamos que a comitiva do Tocantins tenha sucesso de trazer para o estado tecnologias inovadoras e sobretudo , recursos adicionais para investimento em Energias Renováveis, geração de mecanismo de mercado entre outros.
Divaldo Rezende é Engenheiro Agrônomo graduado pela Universidade Federal de Lavras (UFLA, 1986), Mestre em Politicas Ambientais e Recursos Rurais pela Universidade de Londres- (Wye College, 1996) e Doutor em Biologia pela Universidade de Aveiro- Portugal (2009), onde fez também o seu pos doc em Ativos Ambientais. Atualmente é Vice presidente e Diretor Executivo do Instituto Ecologica, coordena as atividades da área de estratégia e soluções bem como dirige as diversas atividades as demais áreas de atuação do Instituto.
- Artigo originalmente publicado no site T1 notícias.