Enquanto a ciência ainda tem que detalhar o quanto as mudanças climáticas alteraram o Dorian, furacão que atingiu a costa leste das Américas Central e Norte, nós já sabemos o bastante para afirmar que o aquecimento aumentou os danos. Não é coincidência o fato de Dorian ter sido um dos furacões mais fortes a serem registrados no Atlântico, com os ventos mais fortes a leste da Flórida e em Bahamas. Isso ocorre menos de um ano depois de a Flórida ter recebido em terra seu primeiro furacão categoria 5 em décadas, no dia 5 de outubro.
Da física básica, sabemos que águas mias quentes alimentam furacões, e o Dorian se fortaleceu com águas bem acima da temperatura. O fato de que o aquecimento global elevou as temperaturas do oceano significa que o Dorian foi mais forte do que teria sido se não tivéssemos passado os últimos 150 anos jogando carbono e poluição na atmosfera. As temperaturas da superfície do oceano foram registradas a 1ºC acima do normal na região de formação do furacão.
Se o furacão tivesse se movido em um ritmo regular de algumas milhas por hora, a devastação na Bahamas teria sido bem menos severa. Mas, como ficou praticamente parado no mesmo lugar, os danos foram catastróficos. Dorian não foi o único a se mover vagarosamente, como mostra um estudo do ano passado que detectou uma redução de 10% da velocidade em tempestades do tipo globalmente, com um outro estudo similar encontrando uma redução de 17% naqueles na costa leste dos EUA. Enquanto nenhum destes estudos amarram diretamente a redução na velocidade com mudanças climáticas, a teoria de que elas estão alterando os fluxos a ponto de alterar tempestades é cada vez mais convincente.
Source: https://www.theguardian.com/commentisfree/2019/sep/04/climate-crisis-hurricane-dorian-floods-bahamas