Num futuro próximo, um bom vinho à mesa e um brinde podem celebrar a conexão entre a ciência e a conservação da Caatinga. O doutorando Itaragil Venâncio Marinho, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) está empenhado em provar que é possível envelhecer a bebida milenar extraída das uvas com madeiras do sertão da Caatinga. A pesquisa “Avaliação de Vinho Envelhecido com Uso de Madeiras Nativas da Caatinga”, recebe o apoio do programa Bolsas FUNBIO, Conservando o Futuro, e pode revelar uma atividade econômica e de conservação para o bioma encontrado em 9 estados nordestino e no norte de Minas Gerais.
As espécies florestais escolhidas são Cumaru (Amburana cearensis e Craibeira (Tabebuia aurea) que só ocorrem na Caatinga. O pesquisador vai avaliar a composição físico-química e sensorial de vinhos tintos finos produzidos no Vale do Rio São Francisco, envelhecidos em barris de madeira. Itaragil acredita que, comprovada essa possibilidade, haverá uma mudança de mentalidade sobre semiárido nordestino. E não haverá perigo com essa extração dessas árvores. Segundo o pesquisador, elas representam menos do total de 1% de espécies da Caatinga.
“É um processo de valorização da madeira e da região. Elas só vão ser exploradas por meio de plantios de reflorestamento, de produção ou de manejo florestal. Precisamos perceber o valor econômico da Caatinga e não só pensar que ali pode ser um potencial pasto”, explica.
Fonte: https://www.funbio.org.br/o-vinho-do-sertao-e-a-conservacao-da-caatinga/