Uma semana sem ver o céu: brasileiro relata como é viver na Austrália em meio às queimadas - Instituto Ecológica

Uma semana sem ver o céu: brasileiro relata como é viver na Austrália em meio às queimadas

Na cidade mais populosa da Austrália, o brasileiro Marcos Guimarães, de 32 anos, passou uma semana inteira sem conseguir enxergar o céu. O motivo: a fumaça gerada pelas queimadas que atingem o país.

O brasiliense, que vive há mais de dois anos em Sydney, conta que agora precisa lidar com um novo fator na rotina: é a quantidade de fumaça que determina se as pessoas vão conseguir sair de casa — com ou sem máscara — ou se vão cancelar os compromissos.

O total de área queimada na Austrália desde o início da temporada de incêndios, em junho de 2019, foi de 10,7 milhões de hectares até esta quarta-feira (8), de acordo com o jornal The Guardian, que está compilando dados comunicados por todos os Estados australianos.
Os incêndios estão acontecendo em regiões das costas leste e sul, que é onde vive a maioria das pessoas no país. Desde setembro do ano passado, os incêndios deixaram um saldo de ao menos 24 mortos e dezenas de desaparecidos.
A Austrália sempre teve incêndios florestais, mas no ano passado e neste estão piores que o normal.
O consenso científico é que os níveis crescentes de CO2 estão esquentando o planeta. Faz cada vez mais calor na Austrália nas últimas décadas e a previsão é de que isso continue se agravando.
Embora os incêndios façam parte do ciclo climático australiano, especialistas advertiram durante muito tempo que esse clima mais quente e seco iria contribuir para que os incêndios ficassem cada vez mais frequentes e intensos.
Os padrões climáticos mais extremos e as temperaturas mais altas aumentam o risco dos incêndios florestais e fazem com que se espalhem mais rapidamente e por uma área maior.
Além dos efeitos para os seres humanos, as chamas estão sendo devastadoras para a vida silvestre das regiões afetadas. Um estudo acadêmico estima que 480 milhões de animais morreram só em New South Wales.

Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-51061835