Você já parou para pensar que não é preciso ser uma empresa multibilionária para compensar suas emissões de gases de efeito estufa?
Em artigo publicado na Triple Pundit, o pesquisador Jim Witkin, escreve sobre a importância do mercado voluntário de carbono, que pode ser exercido por pequenas empresas e até mesmo indivíduos.
Sabemos que no mundo existem dois tipos de mercado de carbono: aquele de compliance, com regras estabelecidas pelos governos para que empresas compensem emissões; e aquele voluntário, que se desenvolve em países e cidades que não possuem regras de compensação, mas que permitem a empresas e indivíduos financiar projetos que reduzem as emissões de GEEs a partir da compra de créditos de carbono.
Um crédito de carbono corresponde a uma tonelada de dióxido de carbono equivalente (tCO2e) que não foi emitido para a atmosfera graças a um projeto de compensação, como fornos eficientes em cerâmicas, plantio de árvores ou programas de captura de metano.
De acordo com um relatório do Grupo Ecosystem Marketplace, em 2016 atingimos um importante marco no mercado voluntário de carbono, alcançando 1 bilhão de transações de tCO2e.
O mesmo relatório, de acordo com Witkin, mostra a importância do mercado voluntário como um incubador de novos tipos de projetos para o mercado de compliance.
Indivíduos são mais que bem vindos neste mercado voluntário, já que a estimativa é de que um cidadão americano comum emita, em média, 17 toneladas de dióxido de carbono todos os anos, apenas em atividades rotineiras.
Mesmo se o volume dessas transações individuais ainda é pequeno, Witkin destaca a importância que elas têm para o mercado voluntário por se preocuparem mais com o valor socioambiental do projeto do que com o volume de CO2.
Enquanto grandes empresas compensam grandes volumes e se preocupam em obter créditos de carbono de projetos grandes, capazes de oferecer preços menores pela tonelada compensada, indivíduos e empresas que se dispõem a participar do mercado voluntário se preocupam mais em contribuir com projetos pequenos, que geram co-benefícios sociais e econômicos para as comunidades envolvidas.
Afinal, para eles é mais importante que o dinheiro investido nos créditos de carbono tenha uma serventia social.
Sobre este ponto, podemos citar exemplos dentro de casa. A Sustainable Carbon, empresa do Grupo Ecológica, desenvolve diversos projetos no Brasil como a substituição de fornos em cerâmicas por fornos eficientes que utilizam biomassa ao invés de combustíveis fósseis.
Os créditos gerados com esses projetos são vendidos no mercado voluntário de carbono e o dinheiro retorna para as comunidades ao entorno da cerâmica, por meio de projetos sociais, culturais, esportivos, etc. Isso porque, nossos projetos são verificados e autenticados e produzir esses co-benefícios é parte mandatória do desenvolvimento das atividades.
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