Saiba como o Brasil pode pagar a conta de R$ 750 bi para cumprir o Acordo de Paris - Instituto Ecológica

Saiba como o Brasil pode pagar a conta de R$ 750 bi para cumprir o Acordo de Paris

 

A partir de 2020, o Brasil e mais de 190 países no mundo precisarão começar a colocar em prática os compromissos para a redução das emissões dos gases de efeito estufa acertados no Acordo de Paris. 

Será uma verdadeira empreitada mundial para tornar possível politica e economicamente esses compromissos, conhecidos como Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC, na sigla em inglês).

Sobre este assunto, a presidente executiva da Ibá (Indústria Brasileira de Árvores) e presidente da Comissão de Meio Ambiente e Energia da International Chamber of Commerce (ICC) do Brasil, Elizabeth Carvalhaes, escreveu um artigo interessante no Valor Econômico esta semana.

Primeiramente, Elizabeth destaca as metas brasileiras no Acordo de Paris:

  • reduzir as emissões dos gases do efeito estufa em 43% frente a 2005;
  • restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas;
  • incentivar a integração de lavoura, pecuária e florestas (ILPF) em 5 milhões de hectares;
  • zerar desmatamento ilegal;
  • atingir 45% de energias renováveis no mix brasileiro, sendo 18% em bioenergia;
  • e expandir o consumo por biocombustíveis.

E defende que estas implementações não devem depender apenas de recursos públicos, pois a corda acabaria arrebentando para o lado do consumidor. Então pergunta: quem vai pagar a conta?

A estimativa é que precisaremos de cerca de R$ 750 bilhões para cumprir nossas metas do Acordo de Paris, sendo R$ 119 bilhões em reflorestamento para fins produtivos, R$ 51 bilhões em restauração florestal e R$ 50 bilhões em integração de lavoura, pecuária e florestas.

Ação de todos

Por isso, Elizabeth destaca: “A agenda do clima deve ser encarada essencial no desenvolvimento socioeconômico e não apenas como uma pauta ambiental ou uma ação de marketing. Os setores devem caminhar na direção da economia de baixo carbono, valor que definirá mundialmente a indústria do futuro próximo.”

Para viabilizar essa mudança integrada de paradigma econômico e cultural, Elizabeth defende que “o valor do carbono seja plenamente incorporado nas decisões de investimento e na rotina de produção” das empresas privadas. E que “o governo encare a floresta produtiva como um bem estratégico e valioso, que será moeda de troca com países do Acordo do Clima e gerará enormes receitas para a recuperação da economia brasileira.”

O Brasil tem tudo para lucrar com o Acordo do Clima, mas precisa colocar em prática suas regulamentações e mobilizar diferentes setores políticos e da sociedade.

Por aqui, seguimos fazendo a nossa parte, implementando projetos de economia de baixo carbono que promovem benefícios sociais e ambientais para o nosso País. Conheça!